Efeitos das 34 semanas.

Como não dava pra ser tranquilo o tempo inteiro, agora, no finalzinho da gestação, eu estou ficando mais cansada do que o habitual. Dá uma fraqueza nos braços e nas pernas, o corpo fica sem forças e a falta de ar já faz parte da minha rotina.

Para dormir, a pequena não me dá aperreios. Como eu já disse, as mexidas são bem suaves, colaborando com o sono da mamãe aqui, mas como as posições permitidas estão mais restritas, eu acordo, vez ou outra, com dor no osso do mucumbê. Aí, mudar de posição, sempre me limitando entre esquerda e direita, é inevitável. Isso sem contar com a maldita culpa que leva você a achar que não está na posição mais confortável para a sua baby.

Fora que o ritmo aqui no trabalho não está careta. Sete horas da noite, horário oficial para sair da Ampla, virou nove e meia, os dois andares de escada que eu preciso subir até chegar na minha sala estão ficando cada vez mais cansativos e os meus pés estão começando a dar os sinais dessa reta final.

Não estou reclamando, porque comparado a outros problemas que muitas gestantes passam os meus são melzinho na chupeta. E o que importa, na verdade, é que ela está linda, com 45cm, 2.230kg, cabelinhos à mostra e muita saúde. No resto, eu me viro sem o menor sentimento de sacrifício.

Helô virou.

Eu tô muito fubeca nas minhas previsões. Achei que era menino, vem uma meninota. Chutei um cabelinho cacheado, na ultra ele apareceu todo arrepiadinho. A última foi que a pequena permaneceria sentada até o final da gestação. E não é que ela virou? Ficamos sabendo hoje, para a alegria geral da moçada. Então, não vou mais tocar nesse assunto. Vai que ela me escuta e muda de ideia na capa da gaita, né?

Heloísa, mexe a cadeira.

Helô está virada no mexe-mexe. Um bom sinal, segundo minha medica, porque significa que sua circulação sanguínea está nos trinques. Até a última ultra, que foi há 3 semanas, ela estava sentadinha, com o traseiro embaixo e a cabecinha, junto com braços e pernas, devidamente instalada entre as minhas costelas. Pior pra mim, que sofro queimações e dores fortes devido ao seu sacolejo constante. Pior também porque, se ela continuar sentada, adeus parto normal. Sendo assim, apesar de ser uma entusiasta das dores do parto e uma frouxa quando se trata de ir pra faca, estou me preparando para todas as possibilidades. O importante é fazer o que for melhor pra ela, porque eu deixei de pensar na primeira pessoa faz tempo.

E, observando essas mexidas deliciosas, apesar de algumas vezes doloridas, percebi que a pequena já tem uns hábitos bem estabelecidos. Pela manhã, quando eu acordo, ela dá uns pulinhos de bom dia. Depois do café, talvez por conta da ingestão de leite e iogurte, ela mexe bastante. O mesmo acontece depois do almoço, o que deve ser sua disputa de espaço com o feijão e a carne. A partir daí, até umas onze da noite, as mexidas ficam mais fortes, chegando, por vezes, a me dar sustos. Principalmente quando eu chego do trabalho e deito no sofá tentando descansar da agitação do dia. Na madrugada, ela não me dá trabalho algum, muito pelo contrario. Basta eu deitar na cama para ela entrar em sono profundo. Se ela mexe, o que deve ser bem suave, já que meu sono sempre foi muito leve, eu não sinto. E isso tem feito com que eu durma melhor hoje do que antes mesmo de engravidar.

O mais legal de tudo aconteceu essa semana. Fui mostrar a Serginho um volume diferenciado na altura da minha costela direita. Serginho, pai amoroso como tem se mostrado desde o início da gravidez, deu um beijo daqueles estalados bem neste local. Neste exato momento, ela pulou forte, fazendo sacudir a barriga inteira. Achamos engraçado e ele repetiu o beijo umas dez vezes, todas seguidas de uma agitação surpreendentemente visível. Chegamos a conclusão que aquele volume era a sua cabeça e que, provavelmente, ela pulava de incômodo pelo barulho do beijo no pé do ouvido.

Se a reação de Helô teve um fator auditivo, massa, porque já sabemos que ela escuta muito bem, obrigada. Se foi afetivo, eu tô lascada. É sinal que o grude com o pai vai ser daqueles e a mamãe aqui vai ficar pra segundo plano. Como acontece, aliás, com toda mãe de menina.

Nossa pretty thing.

Olha só a sugestão de fanstasia que tio Leo Domingues mandou pro carnaval de 2012 da nossa piolha:



Alguém tem alguma dúvida que eu vou colocar em prática? =~

Da reflexão.



Dentre as inumeráveis maravilhas de se ter um filho, a maior delas está nesta verdade: nunca mais você vai ter medo de ficar sozinho nessa vida.