As mães e o mercado de trabalho.

Neste final de semana, conversei com amigos empresários sobre a contratação de mulheres e a sua relação com a gravidez. Apesar de muito boa gente, eles tiveram uma visão bem simplista ao afirmarem que preferem não contratar mulheres porque, além dos custos gerados por uma licença maternidade, durante a gravidez a funcionária perde o foco, tendendo à piora depois que o filho nasce.

É um fato. A mulher, quando engravida, deixa de pensar 100% no trabalho e divide a atenção com tudo que uma gravidez exige. Mas, assim como o trabalhador se vê obrigado a se adaptar às mudanças do mercado de trabalho, o inverso precisa ser verdadeiro. Aí é que reside o xis da questão. Boa parte dos empresários brasileiros só pensa no imediato. No quanto sua receita está, ou pode ficar, no vermelho hoje. Nas contas a curto prazo.

Esquecem que mulher que trabalha gera renda, que esta renda movimenta a economia, faz girar o comércio e impulsiona a prestação de serviços. E que, com poder aquisitivo, ela se torna uma consumidora para comprar os produtos que eles mesmos fabricam ou os serviços que oferecem.

Também tem outra opção: com as mulheres fora do mercado de trabalho, os homens se tornam os únicos provedores da casa, arcando com o ônus da total responsabilidade financeira domestica, e elas voltam a cuidar da família, a fazer aulas de piano, cursos de arte, participar de grupos de leitura e ir a salões de beleza, como nos anos 50. Fora o fato de que, tendo mais tempo para cuidar de quem amam, as mulheres economizariam horrores em terapia.

Pensando bem, adorei. O fato é que aí, sem as mulheres como consumidoras, muitos destes empresários poderiam ir à falência ou ter o seu faturamento seriamente comprometido. Mas isso seria um problema dos homens, né não?

4 comentários:

Unknown disse...

Li outro dia uma entrevista com a Rosana Jatobá, que teve gêmeos recentemente, sobre a lincensa maternidade. Algum colega de trabalho havia falado uma grande besteira sobre o assunto e ela resolveu não se calar.
A maternidade pode e deve se tornar mais importante do que o trabalho (eventualmente ou permanentemente, mas fato é que a responsabilidade de criar um ser e prover tudo que eles precisam nos transforma em leoas e isso mais na frente vira força de trabalho. Ou seja...somos incríveis de qualquer maneira! bjos para você, Helô e Serginho.

julisboa disse...

eu penso exatamente assim, mulher. :*

Unknown disse...

Ju, vim aqui só pra contar q Arthur nasceu dia 24 de março de parto normal. Com 45, 5 cm e 2,555 Kg. Estamos bem e nos adaptando.
beijos e desejamos que tenha uma boa hora e que a Helô venha muito feliz e cheia de saúde para esse mundão.

julisboa disse...

ô, mulher, que coisa linda.
parabénsm viu? muita saúde pro pequeno.
:*