ui, que mêda.

Pois é, pessoal.
Como alguns sabem, quis muito o parto normal, mas não vai rolar.
A piolha tá grande (leia-se cabeção de arromba navio), gordinha,
além de não ter encaixado e eu estar com dilatação zero bala.
De modos que a cesária foi marcada.

Vai ser na quinta, dia 07 de abril, ao meio-dia, no Santa Joana.
Tô feliz, apesar do vislumbre de uma agulha de 3 metros entrando nas minhas costas,
porque ela vai vir na luz do dia, que é sempre mais astral. Fora que 7 é o número de deus, né? então, tenho fé que vai ser tudo lindo e a bicha vai chegar pra tocar fogo no mundo.

Beijo grande em todos e nos desejem muita saúde.

As mães e o mercado de trabalho.

Neste final de semana, conversei com amigos empresários sobre a contratação de mulheres e a sua relação com a gravidez. Apesar de muito boa gente, eles tiveram uma visão bem simplista ao afirmarem que preferem não contratar mulheres porque, além dos custos gerados por uma licença maternidade, durante a gravidez a funcionária perde o foco, tendendo à piora depois que o filho nasce.

É um fato. A mulher, quando engravida, deixa de pensar 100% no trabalho e divide a atenção com tudo que uma gravidez exige. Mas, assim como o trabalhador se vê obrigado a se adaptar às mudanças do mercado de trabalho, o inverso precisa ser verdadeiro. Aí é que reside o xis da questão. Boa parte dos empresários brasileiros só pensa no imediato. No quanto sua receita está, ou pode ficar, no vermelho hoje. Nas contas a curto prazo.

Esquecem que mulher que trabalha gera renda, que esta renda movimenta a economia, faz girar o comércio e impulsiona a prestação de serviços. E que, com poder aquisitivo, ela se torna uma consumidora para comprar os produtos que eles mesmos fabricam ou os serviços que oferecem.

Também tem outra opção: com as mulheres fora do mercado de trabalho, os homens se tornam os únicos provedores da casa, arcando com o ônus da total responsabilidade financeira domestica, e elas voltam a cuidar da família, a fazer aulas de piano, cursos de arte, participar de grupos de leitura e ir a salões de beleza, como nos anos 50. Fora o fato de que, tendo mais tempo para cuidar de quem amam, as mulheres economizariam horrores em terapia.

Pensando bem, adorei. O fato é que aí, sem as mulheres como consumidoras, muitos destes empresários poderiam ir à falência ou ter o seu faturamento seriamente comprometido. Mas isso seria um problema dos homens, né não?

Está oficializado.

Eu nunca tive padrinhos muito atuantes. Nem Serginho. Mas Helô vai ter, isso eu tenho certeza. O risco é essa menina crescer mimada de tanto amor que vai receber.

São Bento, olhai por nós.



Eu e Serginho fizemos, finalmente, o ensaio de fotos da gravidez. Durante meses fiquei sem saber como fazer, onde fazer e com quem. Aí, o marido, sabendo do meu amor por Olinda, sugeriu a Cidade Alta. E nenhum outro lugar me deixa tão em paz quanto o mosteiro de São Bento.

Porque, apesar de não ser católica, eu amo igrejas.
Porque eu já assisti a uma missa com canto gregoriano nesse mosteiro e me emocionei.
Porque se um dia eu decidir casar na igreja, eu quero que seja lá.
Porque é onde eu sempre sinto a presença de Deus.
Porque é no seu largo que o Acho É Pouco se concentra.

Tenho certeza que Helô saiu de lá com todas as bençãos.

Fotos de Clara Gouvêa

Peso na consciência.

Tranquila com a silhueta fina que vem me acompanhando a gravidez inteira, enfiei o pé nos doces nas últimas 3 semanas. Resultado? Uma barriga gigante, quilos a menos pra mim e outros a mais pra piolha. São 9,5kg adquiridos por mim em 37 semanas e 3,3kg por Helô, no mesmo período. Gorda, ela não está. Mas libriana boa que sou, não dou margem para o azar. De modos que os doces estão devidamente cortados até ela nascer. E tenho dito.

Tem pra tudo que é gosto.

Heloísa.

Idioma de origem: francês, grego.
Significado: do grego helios (sol).
Curiosidades: Heloísa (1101-1162) ficou conhecida por seu amor pelo filósofo Pedro Abelardo, seu professor. O relacionamento ficou registrado em pungentes cartas de amor, mas Heloísa terminou a vida solitária, num convento.

Idioma de origem: germânica.
Significado: guerreira famosa.

Efeitos das 34 semanas.

Como não dava pra ser tranquilo o tempo inteiro, agora, no finalzinho da gestação, eu estou ficando mais cansada do que o habitual. Dá uma fraqueza nos braços e nas pernas, o corpo fica sem forças e a falta de ar já faz parte da minha rotina.

Para dormir, a pequena não me dá aperreios. Como eu já disse, as mexidas são bem suaves, colaborando com o sono da mamãe aqui, mas como as posições permitidas estão mais restritas, eu acordo, vez ou outra, com dor no osso do mucumbê. Aí, mudar de posição, sempre me limitando entre esquerda e direita, é inevitável. Isso sem contar com a maldita culpa que leva você a achar que não está na posição mais confortável para a sua baby.

Fora que o ritmo aqui no trabalho não está careta. Sete horas da noite, horário oficial para sair da Ampla, virou nove e meia, os dois andares de escada que eu preciso subir até chegar na minha sala estão ficando cada vez mais cansativos e os meus pés estão começando a dar os sinais dessa reta final.

Não estou reclamando, porque comparado a outros problemas que muitas gestantes passam os meus são melzinho na chupeta. E o que importa, na verdade, é que ela está linda, com 45cm, 2.230kg, cabelinhos à mostra e muita saúde. No resto, eu me viro sem o menor sentimento de sacrifício.

Helô virou.

Eu tô muito fubeca nas minhas previsões. Achei que era menino, vem uma meninota. Chutei um cabelinho cacheado, na ultra ele apareceu todo arrepiadinho. A última foi que a pequena permaneceria sentada até o final da gestação. E não é que ela virou? Ficamos sabendo hoje, para a alegria geral da moçada. Então, não vou mais tocar nesse assunto. Vai que ela me escuta e muda de ideia na capa da gaita, né?

Heloísa, mexe a cadeira.

Helô está virada no mexe-mexe. Um bom sinal, segundo minha medica, porque significa que sua circulação sanguínea está nos trinques. Até a última ultra, que foi há 3 semanas, ela estava sentadinha, com o traseiro embaixo e a cabecinha, junto com braços e pernas, devidamente instalada entre as minhas costelas. Pior pra mim, que sofro queimações e dores fortes devido ao seu sacolejo constante. Pior também porque, se ela continuar sentada, adeus parto normal. Sendo assim, apesar de ser uma entusiasta das dores do parto e uma frouxa quando se trata de ir pra faca, estou me preparando para todas as possibilidades. O importante é fazer o que for melhor pra ela, porque eu deixei de pensar na primeira pessoa faz tempo.

E, observando essas mexidas deliciosas, apesar de algumas vezes doloridas, percebi que a pequena já tem uns hábitos bem estabelecidos. Pela manhã, quando eu acordo, ela dá uns pulinhos de bom dia. Depois do café, talvez por conta da ingestão de leite e iogurte, ela mexe bastante. O mesmo acontece depois do almoço, o que deve ser sua disputa de espaço com o feijão e a carne. A partir daí, até umas onze da noite, as mexidas ficam mais fortes, chegando, por vezes, a me dar sustos. Principalmente quando eu chego do trabalho e deito no sofá tentando descansar da agitação do dia. Na madrugada, ela não me dá trabalho algum, muito pelo contrario. Basta eu deitar na cama para ela entrar em sono profundo. Se ela mexe, o que deve ser bem suave, já que meu sono sempre foi muito leve, eu não sinto. E isso tem feito com que eu durma melhor hoje do que antes mesmo de engravidar.

O mais legal de tudo aconteceu essa semana. Fui mostrar a Serginho um volume diferenciado na altura da minha costela direita. Serginho, pai amoroso como tem se mostrado desde o início da gravidez, deu um beijo daqueles estalados bem neste local. Neste exato momento, ela pulou forte, fazendo sacudir a barriga inteira. Achamos engraçado e ele repetiu o beijo umas dez vezes, todas seguidas de uma agitação surpreendentemente visível. Chegamos a conclusão que aquele volume era a sua cabeça e que, provavelmente, ela pulava de incômodo pelo barulho do beijo no pé do ouvido.

Se a reação de Helô teve um fator auditivo, massa, porque já sabemos que ela escuta muito bem, obrigada. Se foi afetivo, eu tô lascada. É sinal que o grude com o pai vai ser daqueles e a mamãe aqui vai ficar pra segundo plano. Como acontece, aliás, com toda mãe de menina.

Nossa pretty thing.

Olha só a sugestão de fanstasia que tio Leo Domingues mandou pro carnaval de 2012 da nossa piolha:



Alguém tem alguma dúvida que eu vou colocar em prática? =~

Da reflexão.



Dentre as inumeráveis maravilhas de se ter um filho, a maior delas está nesta verdade: nunca mais você vai ter medo de ficar sozinho nessa vida.

30 semanas.

E ainda tem tanta coisa pra providenciar, meu Deus...

Voltamos.

Eu e Helô estivemos ausentes por esses dias, mas o motivo foi nobre: tirei 20 dias de férias para botar ordem no quartinho dela. Fora o berço, a banheira e alguns brinquedos, ela não tinha nada, de modos que corria um sério risco da nossa pequena dormir no colchão das visitas. Agora, com algumas coisas prontas e outras encaminhadas, me dá mais tranquilidade em saber que ela não vai ter o mesmo fim dos meus amigos emanguaçados em noite de farra. A lista, próxima do interminável, ficou assim:

- Roupinhas: devidamente lavadas, passadas e ensacadas.
- Armário e módulo: sendo reformados pelo marceneiro, devem chegar semana que vem.
- Colchão do berço: comprado.
- Enxovais do berço: encomendandos, chegam até o dia 20.
- Quarto: pintado pelo pai, tio e algumas garrafas de Heineken.
- Brinquedos: lavados e ensacados.
- Bolsa de maternidade da baby: providenciada.
- Bolsa de materdade da mãe: idem.
- Camisolas e cintas: idem, idem.
- Som do quarto: comprado.
- Saquinhos de maternidade: ok.
- Bacias, baldes, varal e pregadores exclusivos: comprados.
- Móbile de berço: providenciado.
- Carrinho e bebê conforto: em andamento.
- Aparelho para tirar leite (odeio chamar de ordenha): providenciado.
- Roupinhas pra maternidade: metade ok, metade vamos herdar da tia.


Ainda falta cuidar de outros itens:

- Babá eletrônica: chega no final de março.
- Ar-condicionado: vamos comprar este mês.
- Sofá-cama para a babá: idem.
- Luminária: idem.
- Decoração da parede: falta enviar para o fornecedor.
- Fotos do bucho: vamos tirar antes do carnaval.
- Álbum da gravidez: falta imprimir as fotos.
- Chá de fraldas: do zero.
- Lençóis, toalhas e fraldas: em andamento.
- Cds com músicas para a baby: falta gravar.
- Kit bumbum: vamos ganhar da tia.
- Kit banho/troca (shampoo, sabonete, termômetro, escova, pomada, lenços umedecidos, algodão): esperando a lista da amiga Eudália.
- Cadeira de amamentação: minha irmã vai emprestar.

O resto, a gente vai providenciando de acordo com a necessidade. Ou com a disponibilidade financeira, o que é mais complicado.

Mermão, tem que ser muito macho pra ser mãe.

Esse vídeo é uma dica de Dani Arrais.

Hormônios do capeta.

Um intervalo de 5 minutos entre a completa euforia e o choro descabido, quem aguenta? Nem eu.



A foto e o corpinho de violão são da minha querida e talentosa amiga Ivi.

Dica para as grávidas.

Normalmente, as obstetras não pedem um exame simples, mas muito importante durante a gestação. É o que detecta a presença de estreptococos do grupo B no corpo da mãe. Essa bactéria faz parte da flora do sistema reprodutor feninimo e pode passar a vida inteira sem se manifestar, mas em alguns casos ela dá as caras. E é aí que está o perigo.

Ela pode estimular o rompimento da bolsa a partir dos 7 meses e, sendo assim, entra em contato com o bebê através da placenta podendo provocar infecções perigosas, inclusive pneumonia e meningite, além de sérios problemas cardíacos.

A maioria dos médicos espera chegar nas 37 semanas para averiguar o fato ou fazem esse exame no momento do parto para que seja colocado um remédio no soro com o objetivo de neutralizar a bicha ou optar por uma cesária (que não permite o contato do feto com a bactéaria).

A minha médica, que é uma anja e entusiasta do parto normal, opta por fazer o primeiro exame quando a mãe está na semana 26. Melhor, porque pode-se tratar com antecedência. Então, colega, se você, assim como eu, estiver prenha, exija esse exame da sua obstetra. E tente manter a tranquilidade e a fé. Sempre.