Segura a minha mão e pula.

Medo. Nervoso. Choro. Incertezas. Foi assim que começou o meu dia 8 de agosto. Serginho, que passou o domingo trabalhando, ficou encarregado de trazer da farmácia o assustador teste de gravidez. Até ele chegar em casa eu só enxergava em slow motion e as pessoas, reais e da TV, parecia falar uma língua que não era a minha.

Aí você pode me perguntar: como assim um casal que está há tanto tempo junto, que tem sua própria casa e uma certa estabilidade financeira pode estar tão assustado? Bem, primeiro porque, como uma digna libriana que precisa ter sempre o controle da sua vida e que passa manteiga dos dois lados do pão para ter certeza que vai torrar, eu estava me planejando para 2012. Isso. Com tudo sob controle e dívidas quitadas, seria o momento ideal, além de achar 36 anos uma idade linda e altamente cabalística.

Mas, assim como a mãe, esse baby já chegou mostrando que não gosta de receber ordens e veio na hora que queria. O pai, de quem eu espero que herde, além dos olhinhos apertados, o sorriso doce e a eterna fé nas pessoas, chegou em casa, me entregou o teste e vibrou, com toda alegria que é só dele, as duas listrinhas gritando no pedaço de papel. Enquanto eu chorava de susto e nervoso, ele me levantou e me abraçou tão forte que eu pude sentir seu coração quase que varando a caixa do peito para encontrar o meu. E foi esse sentimento que me acalmou e me fez enxergar o presente que tínhamos ganho da vida. Serginho em especial, porque foi nesse exato momento, cheio de sentimentos misturados, que comemoramos o nosso primeiro dia dos pais.



Foto linda de Tony Takai, retirada do blog de Dani Arrais.

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